Por Cláudia Rodrigues
Posso pai?
Antes mesmo que me chamem, eu os atenderei; antes mesmo de acabarem de falar, eu responderei. Isaías 65:24
Quando nosso filho tinha 2 anos e meio, uma das perguntas que mais ouvíamos era: Posso pai? Minha resposta era o passaporte para a alegria e satisfação ou tristeza e frustração. Meu amor pelo Gabriel, é claro, sempre foi muito grande, o que me impedia de dizer sim todas às vezes. Ele era muito pequeno, não entendia algumas coisas ainda, por isso chorava e berrava até perder o fôlego. Já viu criança ficando roxinha, buscando o ar para chorar? Você pode não lembrar mas, provavelmente, fez isso algum dia. Não é uma cena muito agradável para se ver, muito menos quando você é o causador da dor, mas o que eu e a mãe dele queríamos era poupar-lhe de choros muito mais doídos e com conseqüências seriíssimas.
Acho que – muitas vezes – Deus faz isso conosco. Quantas e quantas vezes perguntamos se podemos algo, para nosso Pai, e Ele diz não? Tenho convicção de que todas as vezes que recebi um “não” como resposta, fui alvo do cuidado e misericórdia de Deus.
Quando era adolescente, queria muito uma moto. Não era uma super moto, era uma motinho, destas com cerca de 50 cilindradas. Pedi para todo mundo que podia. Isso incluía os mais próximos e os mais distantes. Mas ninguém me deu moto alguma. Nem me lembro o que ganhei, mas me lembro de ter ficado bastante triste. Hoje, para mim, é muito fácil perceber como foi bom não ter ganhado aquele presente. Talvez nem estivesse aqui escrevendo essas linhas. Só de pensar em tantas coisas ruins que poderiam ter-me acontecido, agradeço a Deus. Hoje vejo que não tinha maturidade suficiente para ser um condutor. Embora a legislação da época permitisse essa possibilidade, sei que não estaria verdadeiramente habilitado. Colocaria minha vida e de outros em risco.
A vida é assim mesmo, muitas vezes pedimos algo que achamos que é para o nosso bem, que seria uma bênção, mas apenas Deus sabe se sim ou se não. Ele sabe o que é melhor para você e para mim. Ele sabia o que era melhor para Davi, para Moisés, para José e saberá o que é para todos nós.
Creio que, um dia, meu filho perceberá que todas as vezes que eu lhe disse “não”, era para o seu bem. Da próxima vez que você perguntar “posso, Pai?”, tenha certeza: Ele responderá sempre o que for melhor para você!
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